Uma batalha judicial de proporções bilionárias colocou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em conflito com o prefeito de Ipatinga, Gustavo Nunes (PL). A CSN anunciou que tomará medidas legais contra o gestor municipal devido a declarações consideradas "inverídicas" sobre uma disputa judicial envolvendo a Usiminas e a Ternium.
Entenda a Disputa
O caso, que se arrasta por mais de uma década, gira em torno de um pagamento de R$ 2,6 bilhões determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). O prefeito convocou líderes municipais mineiros a apoiarem a Usiminas na disputa, mas a CSN rejeita qualquer ligação direta da empresa local com o processo.
Origem da Disputa
A controvérsia teve início em 2011, quando a Ternium adquiriu ações da Usiminas. Após a compra, foi estabelecido um novo acordo de controle que exigia 90% de aprovação das ações vinculadas para decisões estratégicas. Em dezembro de 2024, o STJ determinou que a transação configurou alienação de controle e, portanto, exigiria uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), conforme a Lei das Sociedades Anônimas.
CSN Contra-Ataca
A CSN não apenas contesta as declarações do prefeito, como também reforça que a disputa judicial não está diretamente ligada à Usiminas. A empresa destaca sua relevância econômica para Minas Gerais, com mais de 10,5 mil empregos diretos gerados, folha salarial anual de R$ 505 milhões e arrecadação de tributos estaduais no valor de R$ 516 milhões.
Posicionamento da Ternium
A Ternium classificou as alegações da CSN como "infundadas e sem mérito" e está recorrendo da decisão. A empresa argumenta que o cálculo da indenização é equivocado, questionando a diferença entre o preço de mercado das ações e o valor pago na aquisição, a correção monetária e os juros de 1% ao mês desde a citação.
Impactos e Reflexões Finais
O embate entre CSN, Ternium e lideranças locais reflete uma disputa maior sobre governança corporativa e responsabilidade social no setor industrial. A CSN busca proteger seus interesses legais e econômicos, a Ternium luta para reverter uma decisão que considera injusta e o governo municipal de Ipatinga tenta equilibrar apoio à Usiminas com as pressões do cenário jurídico.
Este caso serve como um lembrete de como decisões empresariais podem reverberar em comunidades inteiras, moldando economias regionais e relações políticas. Com a fase de recursos agora aberta, resta saber como os próximos passos afetarão o futuro da indústria siderúrgica em Minas Gerais e além.