As tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações do México, previstas para entrar em vigor na terça-feira (4), foram suspensas por um mês após um acordo firmado entre o presidente Donald Trump e a presidente mexicana Claudia Sheinbaum nesta segunda-feira (3). A negociação busca evitar uma escalada na guerra comercial entre os países.
Em troca da suspensão temporária das tarifas, o México se comprometeu a reforçar a segurança na fronteira com o envio de 10 mil agentes da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas, especialmente do fentanil, um opioide sintético responsável pela maior parte das overdoses nos EUA nos últimos anos.
Além disso, os EUA aceitaram intensificar a fiscalização contra o tráfico de armas para o México. Segundo Sheinbaum:
"Nossas equipes começarão hoje a trabalhar em duas áreas: segurança e comércio."
Durante esse período, novas negociações ocorrerão para definir um possível acordo definitivo.
Sheinbaum classificou a conversa com Trump como respeitosa e produtiva. Já o presidente norte-americano afirmou em sua rede social Truth Social que a conversa foi "muito amigável", destacando que a suspensão das tarifas permite um mês de novas tratativas.
No sábado (1º), Trump assinou decretos para aplicar tarifas não apenas ao México, mas também ao Canadá (25%) e à China (10%). A medida causou impacto imediato nos mercados internacionais, levando à queda das bolsas europeias e asiáticas. Após o anúncio da suspensão das tarifas, o dólar recuou.
A repressão ao tráfico de fentanil tem sido uma das principais pautas da política de Trump. Segundo a DEA (agência antidrogas dos EUA), cerca de 99% do fentanil apreendido no país vem do México, enquanto apenas 1% tem origem no Canadá.
Em 2023, os EUA apreenderam 9,9 toneladas de fentanil na fronteira;
O número de overdoses fatais caiu 21% no último ano, segundo o CDC (Centro para o Controle de Doenças);
O controle sobre insumos químicos vindos da China ajudou a reduzir a produção da droga.
Trump justificou as tarifas como uma forma de pressionar os países a combater o fluxo de drogas. No entanto, a China já sinalizou que pode rever sua cooperação na restrição de insumos químicos para cartéis mexicanos caso as tarifas sejam mantidas.
A decisão de Trump também gerou forte reação internacional:
O Canadá anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre produtos norte-americanos;
A China prometeu levar a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC) e ameaçou contramedidas econômicas;
Líderes canadenses e chineses alertaram que as tarifas podem comprometer acordos bilaterais e afetar o comércio global.
Trump conversou com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, na tentativa de acalmar os ânimos, mas fontes do governo canadense afirmam que há poucas chances de um consenso no curto prazo.
Com a suspensão temporária das tarifas contra o México, as negociações seguem em andamento. O próximo mês será decisivo para determinar se um acordo duradouro será alcançado ou se a guerra comercial entre os países será retomada.
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