Uma aparência do ambiente de trabalho está prestes a mudar drasticamente. Em breve, os humanos dividirão o espaço com colegas digitais, à medida que a inteligência artificial (IA) alcançar capacidades humanas em poucos anos, segundo Demis Hassabis, CEO do Google DeepMind e vencedor do Prêmio Nobel de Química em 2024.
"Os sistemas de IA atuais são muito passivos, e ainda há muitas coisas que eles não conseguem fazer", disse Hassabis durante uma reunião na sede da DeepMind, em Londres, na segunda-feira, 17. "Mas, nos próximos cinco a dez anos, muitos desses recursos começarão a se destacar e começaremos a avançar em direção ao que chamamos de inteligência artificial geral (AGI)."
Hassabis vê um potencial crescente na AGI, tecnologia capaz de ser tão ou mais inteligente que os seres humanos, definindo-a como capaz de "exibir todos os recursos complicados que os humanos podem".
No entanto, os trabalhadores ainda terão algum tempo antes de serem substituídos por colegas robôs. "Ainda não chegamos lá. Esses sistemas são muito impressionantes em certas coisas. Mas há outras coisas que eles ainda não conseguem fazer, e ainda temos muito trabalho de pesquisa pela frente", afirmou Hassabis.
A previsão de Hassabis ecoa a crescente percepção entre os CEOs de que a força de trabalho totalmente humana está à beira da extinção. Seja por "funcionários digitais" ou robôs em fábricas, os trabalhadores eletrônicos estão se tornando um tema central nas discussões corporativas.
A rápida evolução da AGI é um indicativo claro do impacto da IA na força de trabalho. Outros líderes de tecnologia, como Robin Li, CEO da Baidu, também preveem a AGI se tornando tão competente quanto os humanos, embora em um futuro mais distante.
Enquanto líderes como Elon Musk e Sam Altman acreditam que a AGI estará pronta antes de 2030, a força de trabalho já sente os efeitos da IA em funções humanas. Um relatório do Fórum Econômico do Trabalho indica que 41% dos chefes planejam reduzir suas equipes nos próximos cinco anos, com a IA sendo um dos principais motivos.
Marc Benioff, CEO da Salesforce, também alertou sobre a iminente mudança, afirmando que os CEOs atuais serão os últimos a gerenciar forças de trabalho totalmente humanas.
A transição já está em andamento. Sebastian Siemiatkowski, CEO da Klarna, acredita que a IA pode realizar todo o trabalho humano e tem aplicado essa visão em sua empresa, reduzindo sua força de trabalho e utilizando a IA para diversas funções.
A Workday também demitiu funcionários para priorizar investimentos em IA, sinalizando uma mudança significativa no mercado de trabalho.