A noite do último domingo (13 de abril) foi palco de mais um episódio de violência na capital mineira. Um homem de 22 anos, identificado como membro do Comando Vermelho (CV) do Morro das Pedras, em Belo Horizonte, teve sua vida ceifada no Morro do Querosene, localizado no bairro Monte São José, na região Centro-Sul da cidade. A vítima, que estaria sob a mira de traficantes rivais do Querosene, ignorou as ameaças e foi ao local acompanhado de seus familiares, um erro que lhe custou a vida.
O chamado à Polícia Militar ecoou após o som de disparos de arma de fogo romper o silêncio no Aglomerado Vila São José, também conhecido como Morro do Querosene. Ao chegarem à cena do crime, os militares se depararam com o corpo do jovem já sem vida, ao lado de sua mãe e irmãos, que presenciaram a brutalidade do ataque.
O relato de um dos irmãos da vítima revela aterrorizantes detalhes do ocorrido. Segundo a testemunha, eles estavam juntos quando um grupo de indivíduos armados surgiu repentinamente e abriu fogo contra o jovem. Diante da chuva de balas que atingiu seu irmão, ele narrou ter corrido e se jogado ao chão, buscando escapar da mira dos criminosos, que ele afirma serem do próprio Morro do Querosene.
A dor da mãe se misturava à constatação de que seu filho, mesmo ciente do perigo, portava uma arma, que foi levada pelos assassinos após o homicídio. Testemunhas oculares descreveram a fuga dos suspeitos em um veículo GM Ônix branco e em uma motocicleta, levantando a hipótese de uma ação premeditada e com suporte logístico.
O boletim de ocorrência detalha o perfil da vítima, apontando sua ligação com o Comando Vermelho no Morro das Pedras, onde exerceria a função de eliminar rivais. Seu prontuário policial é extenso, acumulando passagens por tráfico de drogas, receptação, lesão corporal, disparo de arma de fogo, homicídio tentado e consumado, roubo e porte ilegal de arma de fogo, um histórico que reforça a tese de um acerto de contas entre facções.
A equipe de homicídios da Polícia Civil esteve no local para realizar os procedimentos de praxe, coletando evidências que possam levar à identificação e prisão dos autores do crime. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). A investigação segue em curso, buscando desvendar os contornos dessa execução e trazer respostas para a família enlutada e para a comunidade impactada pela violência.