Jair Bolsonaro passou por uma cirurgia complexa no último domingo (13), um procedimento que gerou apreensão entre seus aliados, especialmente após uma mensagem enviada pelo ex-presidente horas antes da intervenção. A colunista Bela Megale, do jornal O Globo, revelou que o teor da mensagem, enviada por volta das 6h da manhã, uma hora antes da cirurgia, causou um clima de preocupação.
Na mensagem, direcionada a senadores e deputados federais alinhados a ele, Bolsonaro fez um apelo enfático pela anistia dos indivíduos presos pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Além disso, solicitou que o conteúdo fosse compartilhado com parlamentares contrários à proposta de anistia.
No entanto, a utilização da expressão "pavimentar nossa eternidade" na mensagem causou alarme entre os aliados, que interpretaram a frase como um possível prenúncio de gravidade em seu estado de saúde. "Deus ilumine cada um dos 513 deputados e 81 senadores em seus votos. Se, com nossas decisões, pavimentamos a nossa eternidade, esse voto tem um peso capital", escreveu Bolsonaro.
A tensão persistiu até a manhã da segunda-feira (14), quando os médicos informaram que Bolsonaro, mesmo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), demonstrava bom humor e chegava a fazer brincadeiras.
Em boletim médico divulgado na manhã desta terça-feira (15), a equipe do hospital informou que Bolsonaro permanece internado na UTI, sem previsão de alta. Segundo os médicos, a operação foi complexa e as próximas 48 horas "são cruciais".
Apesar da complexidade do procedimento, Bolsonaro mantém estabilidade clínica, sem dor, sangramentos ou outras intercorrências. A previsão é que ele inicie em breve sessões de fisioterapia motora e respiratória.
O ex-presidente foi submetido à cirurgia para tratar uma suboclusão intestinal, uma obstrução parcial do intestino causada por aderências decorrentes das cirurgias realizadas após o ataque a faca sofrido em 2018.