A eleição de Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, como o primeiro líder da Igreja Católica originário dos Estados Unidos, trouxe à tona um passado de críticas públicas ao ex-presidente Donald Trump. Antes de assumir o pontificado, Prevost, através de sua conta no X (antigo Twitter), já expressava descontentamento com as políticas do magnata.
O jornal norte-americano New York Post revelou que o então cardeal Prevost utilizava a plataforma para compartilhar publicações que condenavam as ações de Trump. Um dos retweets mais recentes, datado de pouco menos de um mês antes de sua eleição, compartilhava um comentário do analista católico Rocco Palmo, que criticava a parceria de Trump com o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, na deportação de imigrantes.
Na publicação compartilhada por Prevost, Palmo questionava: "Enquanto Trump e Bukele usam o Oval para a deportação ilícita de um residente americano pelo governo federal... antes um salvadorenho sem documentos, o agora bispo auxiliar de DC, Evelio [Menjivar], pergunta: 'Você não vê o sofrimento? Sua consciência não está perturbada? Como você consegue ficar quieto?'".
Em 2017, Prevost já havia compartilhado outra crítica de Palmo a Trump, na qual o arcebispo de Chicago, Blase Cupich, classificava as proibições de refugiados como "uma hora sombria da história dos EUA", afirmando que "o mundo está observando enquanto abandonamos nosso compromisso com os valores americanos".
As críticas não se limitaram a Trump. Prevost também compartilhou, em 3 de fevereiro, um artigo do site National Catholic Reporter que condenava as declarações de JD Vance, vice-presidente dos Estados Unidos, sobre os últimos dias do Papa Francisco. O artigo criticava a fala de Vance à Fox News, onde ele defendia a priorização da família, comunidade e nação em detrimento do resto do mundo, uma visão que o site considerou contrária aos valores cristãos.
Apesar da conta no X de Prevost ser verificada e ativa desde 2011, a autoria das publicações não foi oficialmente confirmada pelo Vaticano. A situação levanta questões sobre o relacionamento entre o novo Papa e o cenário político americano, especialmente em um momento de polarização.
