Engana-se quem pensa que são apenas bonecos. Os bebês reborn, réplicas incrivelmente detalhadas de recém-nascidos, vêm ganhando destaque e apaixonando pessoas de todas as idades. A recente viralização de vídeos, como o da mineira levando seu "bebê" ao hospital e a pegadinha de Gracyanne Barbosa, escancarou um mercado sério e crescente, que atrai desde crianças curiosas até adultos em busca de conforto e realização.
Karen Falcão, empresária à frente da loja Minha Infância, em Belo Horizonte, comanda uma verdadeira "maternidade" de bebês reborn. Ela revela que a demanda é alta, com uma média de 25 a 30 vendas mensais. O público é majoritariamente infantil, representando 70% das vendas, mas os 30% restantes são adultos com diferentes motivações.
"Nosso público é 70% infantil: são crianças que procuram os bebês para brincar. Os outros 30% são adultos, especialmente idosos, pessoas que utilizam para meios terapêuticos, pessoas com Alzheimer, pais com a síndrome do ninho vazio, pessoas que não tiveram condição de ter uma boneca quando criança e que realizaram esse sonho na fase adulta", detalha Karen.
Na "maternidade" de Karen, os preços dos bebês variam consideravelmente, indo de R$ 499 a R$ 4.000, dependendo da complexidade da arte. Os modelos personalizados, criados sob encomenda com as características desejadas pelo cliente, naturalmente possuem um valor mais elevado. No entanto, a grande maioria, cerca de 90%, são bebês de pronta-entrega.
"Temos um estoque com mais de 80 tipos de bebês, de todas as formas. Cabelo loiro, castanho... Olhos verdes, azuis, castanhos. Muitas são peças únicas", explica a empresária. Para os personalizados, o cliente escolhe o molde e envia fotos, permitindo uma criação sob medida. "O cliente consegue escolher as características do bebezinho", conta.
A arte por trás da perfeição:
A confecção dos bebês reborn é um trabalho artesanal minucioso. O processo se inicia com a pintura de um "kit cru" – composto por braços, pernas, tronco e cabeça – utilizando tintas especiais que conferem um tom de pele realista. "Logo em seguida, fazemos implante do cabelo do bebezinho, feito com cabelo humano, fibra sintética ou até mesmo lã de ovelha", explica Karen Falcão.
A dedicação e o tempo investidos em cada peça variam de 5 a 15 dias, dependendo do nível de realismo desejado pelo cliente. O resultado final são bebês que, com seus detalhes impressionantes, desafiam o olhar e despertam diferentes emoções em quem os admira.