A madrugada da última terça-feira, 10 de junho de 2025, foi marcada por um crime violento que abalou o bairro Bela Vista, em Timóteo, no Vale do Aço. Uma mulher de 39 anos, conhecida na comunidade como Zizi, foi brutalmente assassinada, desencadeando uma resposta imediata e incessante da Polícia Militar ao longo de todo o dia.
A 85ª Companhia da PM assumiu a liderança das diligências, contando com a valiosa colaboração da comunidade local. Informações repassadas anonimamente foram cruciais para que os militares identificassem o principal suspeito do homicídio: um homem de 23 anos, já conhecido das autoridades por registros de tráfico de drogas e porte ilegal de arma.
As apurações preliminares da polícia apontam para um motivo chocante: vingança. O suspeito, que seria integrante de um grupo criminoso, teria sofrido um atentado a tiros em 2023. Ele acreditava que Zizi havia sido a responsável por denunciá-lo, o que teria culminado em sua expulsão da região sob constantes ameaças. A vítima, segundo familiares, morava em Coronel Fabriciano e havia retornado ao "morro" (área de moradia na parte alta do bairro) justamente para buscar alguns pertences. Ela chegou a Timóteo por volta das 4h, na companhia de um homem de 69 anos, deficiente visual, com quem morava na cidade vizinha. Após comprarem cerveja em um posto de combustíveis e se dirigirem à antiga moradia de Zizi, o homem afirmou que foi dormir e não soube informar o que aconteceu à mulher.
Os policiais localizaram o principal suspeito, T.F.S., em sua residência. No momento da prisão, ele apresentava vários ferimentos pelo corpo, alguns recentes e outros mais antigos, que, segundo a polícia, eram compatíveis com sinais de luta. Questionado sobre a origem das lesões, o suspeito alegou ter sofrido um acidente de motocicleta dias antes, mas sua atitude e o comportamento suspeito levantaram ainda mais a desconfiança dos militares. Um telefone celular, que pode conter provas relevantes para a elucidação do caso, foi apreendido durante a abordagem.
A investigação também revelou um cenário de intimidação na comunidade. Em muros, postes e paredes do bairro, a ameaça "X-9 vai morrer" é uma constante, uma gíria para se referir a quem faz denúncias ou repassa informações sobre as atividades criminosas. Essa atmosfera de medo dificulta a colaboração da comunidade local com as autoridades.
O suspeito, que já possuía condenação por porte ilegal de arma de fogo e estava em regime de prisão domiciliar com restrições impostas pelo Judiciário, foi levado, juntamente com o material apreendido, para a Delegacia de Polícia Civil em Ipatinga, onde serão tomadas as medidas legais cabíveis. Para os policiais militares envolvidos na apuração, T.F.S. está diretamente envolvido no homicídio. A polícia segue investigando o envolvimento de outros indivíduos no crime, buscando desvendar por completo a trama por trás da morte de Zizi.