Belo Horizonte se entristece com a notícia do falecimento do pequeno Enzo Veiga Guimarães, de apenas 4 anos, ocorrido nesta quarta-feira, 11 de junho de 2025. O garoto, que era de Nepomuceno, no Sul de Minas, foi diagnosticado com uma condição raríssima, a "deficiência de purina-nucleosídeo fosforilase", uma doença que causa imunodeficiência e sérios problemas neurológicos. A enfermidade, lamentavelmente, já havia vitimado sua irmã, Antonella, aos 1 ano e 8 meses, no ano passado.
A única chance de salvar Enzo residia em um transplante de medula óssea. A esperança surgiu em abril deste ano, quando o menino foi considerado 100% compatível com dois doadores. No entanto, conforme confirmado pelo pai de Enzo, Marcelo Veiga de Souza, o transplante não chegou a ser realizado. "Já fazia três meses que tinha encontrado o doador", lamentou o pai, expressando a dor de uma espera que não teve o desfecho desejado. Enzo morreu devido a complicações decorrentes da rara doença.
A deficiência de purina-nucleosídeo fosforilase é uma condição tão incomum que, no Brasil, há menos de 30 casos registrados. Nos Estados Unidos, o número não ultrapassa 100. Essa raridade da doença, aliada à sua gravidade, torna cada caso um grande desafio para a medicina.
Enzo, assim como sua irmã Antonella, apresentou sintomas iniciais que remetiam a gripes persistentes, sem melhora com medicamentos. Com o avanço da doença, ele sofreu perda de coordenação motora e passou a depender de sonda para alimentação. Os exames genéticos foram cruciais para o diagnóstico da enfermidade, abrindo uma janela de esperança para o transplante que, infelizmente, não pôde se concretizar.
A história de Enzo, embora trágica, serve como um alerta para a importância da doação de medula óssea e para a necessidade de mais pesquisas e atenção a doenças raras. O questionamento sobre uma suposta demora na realização do transplante por parte do Hospital das Clínicas, onde Enzo estava sob cuidados, aguarda retorno da instituição. A memória de Enzo e Antonella, e a luta de sua família, certamente inspiram a comunidade a se engajar em causas que podem oferecer uma chance de vida a outras crianças em situações semelhantes.