Após uma estreia de sucesso em 2024, o projeto Arte nas Águas de Minas lança, neste ano, sua segunda edição. Misturando arte urbana, mobilização social e conscientização ambiental, a iniciativa circula, entre junho e novembro, por outras cinco cidades do interior e pela capital - que sediará uma grande exposição, com todos os artistas do projeto, no fim do ano.
Realizado pelo Ministério da Cultura e pela APPA - Cultura & Patrimônio, o projeto é patrocinado pela Copasa e viabilizado pelo Governo Federal - União e Reconstrução, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet.
O lançamento da segunda edição de Arte nas Águas de Minas acontece na próxima segunda-feira, 30/6, às 15h, em solenidade na sede da Copasa, em Belo Horizonte. Na ocasião, também será divulgado o primeiro dos seis editais, aberto no último dia 26, que vai selecionar os artistas locais responsáveis pela elaboração dos murais na cidade de Alfenas, no Sul de Minas.
Além de Alfenas, o projeto passará pelos municípios de Brasília de Minas, Teófilo Otoni, Frutal, Pompéu e Belo Horizonte. Ao todo, este novo ciclo reunirá outros 18 artistas, sendo seis nacionais, escolhidos pela curadoria de Juliana Flores (CURA, Festa da Luz, MAMU, Breve Arte), e 12 locais, selecionados por edital público.
Como na primeira edição, em cada cidade, dois artistas locais terão a oportunidade de dividir muros e histórias com um artista de renome nacional. Durante todo o processo, a população vai acompanhar de perto o dia a dia do desenvolvimento dos murais, além de ter a oportunidade de participar das oficinas de arte que serão ministradas pelos artistas selecionados em cada localidade.
Focados nas linguagens do graffiti e do muralismo, as obras terão as águas como norte temático. A ideia é que os murais estimulem uma nova percepção sobre a importância do uso sustentável da água, deixando um legado artístico e comunitário para os moradores das regiões beneficiadas pelo projeto.
Essa pluralidade de expressões democratiza o acesso à arte, mas também cria pontes para engajar as comunidades em torno do tema mais urgente e atual que é a preservação da água. Como reforça Cleyson Jacomini, Diretor de Clientes, Comunicação e Sustentabilidade da Copasa:
"A arte tem o poder de comunicar de forma universal. Ao apoiar suas diversas linguagens, amplificamos a mensagem de que a água é um bem coletivo, mas finito. Esses murais são mais do que intervenções estéticas; são ferramentas de educação ambiental que reforçam nosso vínculo com as comunidades. A nossa atuação vem no sentido de aliar impacto visual e conteúdo transformador, tornando os reservatórios espaços vivos de diálogo sobre a sustentabilidade", conclui o diretor da Copasa
Presidente da APPA - Cultura e Patrimônio, Xavier Vieira reitera o potencial transformador do projeto, destacando seus principais desdobramentos. “A segunda etapa do Arte nas Águas de Minas vem chancelar a importância do projeto como fomentador de transformação social, ambiental e cultural para a sociedade. Além disso, vem reforçar nossa parceria com a Copasa, e contribuir para seu vínculo com as comunidades do entorno de seus reservatórios, que podem desfrutar de uma galeria a céu aberto, que reflete sobre temas caros ao cenário contemporâneo”.
Alfenas
Destinado a moradores de Alfenas e região, o primeiro edital desta edição ficará aberto até dia 8/7. Os interessados podem se inscrever pelo site www.appa.art.br. Os dois artistas locais selecionados serão conhecidos pelo público no dia 11/7. Eles vão se juntar ao artista Rimon Guimarães, o primeiro convidado nacional da segunda edição do Arte nas Águas de Minas, que inicia a produção do seu mural no fim de julho.
Natural do Paraná, Rimon iniciou sua trajetória com os lambes e, rapidamente, expandiu seu repertório para atuações na pintura, gravura, vídeo, instalação, performance e música. Seus imensos murais com cores quentes e tropicais foram expostos em 27 países e abordam temas sobre urbanização, acessibilidade, diáspora e mídias contemporâneas.
“O Rimon é um artista de trajetória consagrada na arte urbana brasileira e internacional, com mais de 20 anos de atuação no grafite. Tem um trabalho que traz a ancestralidade, mas de um jeito pop e contemporâneo. A gente está sempre mesclando nomes consagrados com novos nomes para mostrar que temos uma cena forte, mas temos gente que está chegando, dando continuidade ao legado da arte urbana brasileira”, avalia Juliana Flores, curadora responsável por selecionar os artistas convidados.
Assim como as outras cidades interioranas deste ciclo, Alfenas carrega uma particularidade que aproxima ainda mais a arte dos moradores da cidade: o reservatório da Copasa está localizado na região central do município, ao lado da Prefeitura e do Teatro Municipal, na Praça Fausto Monteiro, local de encontro da população local.
Para Ludmilla Ramalho, coordenadora de projetos da APPA – Cultura & Patrimônio, a escolha das cidades nesta edição do Arte nas Águas de Minas levou em conta cidades que tenham pouco ou nenhum incentivo relacionado à arte urbana, contribuindo para o fomento dessa atividade no interior do estado.
“Além da viabilidade técnica da pintura, que tem relação com o tamanho da área a ser pintada, são levados em conta espaços que tenham comunidades ao redor, que passam mais pessoas, e que vão impactar o dia a dia dessas pessoas. Estamos indo para cidades que têm pouquíssimo acesso à arte urbana. Então, nós queremos chegar a um número amplo de artistas. Por isso, nessa edição, estamos trabalhando com artistas das cidades contempladas e das regiões ao redor também”, diz Ludmilla.
Exposição
Ampliando possibilidades artísticas e perspectivas socioculturais, o projeto realizará, entre outubro e novembro, uma grande exposição no Palácio das Artes, que fechará este segundo ciclo.
Com curadoria de Flaviana Lasan e Marcel Diogo, a mostra contará com novos trabalhos dos 36 artistas participantes, das duas edições do projeto até agora. As obras vão extrapolar o graffiti e o muralismo, abarcando outras linguagens artísticas.
A programação paralela da exposição contará com a exibição de documentários produzidos exclusivamente para o projeto, além de bate-papos e visitas guiadas. Mais detalhes do evento ainda serão divulgados.
Arte nas Águas de Minas
O Arte nas Águas de Minas é uma iniciativa pioneira da APPA – Cultura & Patrimônio, com patrocínio da Copasa, e viabilizado pelo Governo Federal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). Na primeira edição, entre outubro de 2024 e março de 2025, foram criados murais para outras seis cidades mineiras, assinados pelos artistas Bicicleta Sem Freio, Pinguim e Mika (Divinópolis); Juliana Gontijo, Rafael Lacruz e Zi Reis (Contagem); Ramon Martins, Matheus Black e Marlette Menezes (Araxá); Fênix, Prado Neto e Tadeo 180 (Pouso Alegre); Bozó Bacamarte, Bela Parada e Léo Caxeta (Montes Claros); Luna Bastos, Thiago Moska e Leonardo “Cisco” Advíncola (Coronel Fabriciano).
APPA – Cultura & Patrimônio
A APPA – Cultura & Patrimônio é uma associação cultural, sediada em Belo Horizonte, de fins não lucrativos, que tem como principal objetivo a promoção de iniciativas artísticas, culturais e patrimoniais que favoreçam o desenvolvimento socioeconômico.
Em mais de 30 anos, a APPA desenvolveu, gerenciou e executou, com sucesso, mais de 240 projetos aprovados em diversos mecanismos de financiamento cultural, como leis de incentivo à cultura e fundos culturais, além do gerenciamento e execução de convênios, termos de parceria, contratos de gestão, termos de ajustamento de conduta, patrocínios não incentivados, entre outros.
SERVIÇO | Lançamento da 2ª edição do Arte nas Águas de Minas
Quando. 30/6 (segunda-feira), às 15h
Onde. Sede da Copasa (Rua Mar de Espanha, 525 - Santo Antônio)
Quanto. Entrada gratuita
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